Rogério Ceni segue tendo seu trabalho contestado por um grupo
significativo de conselheiros da situação e da oposição, que andam
trocando mensagens antes e depois dos jogos do Tricolor. Mas a direção
são-paulina considera o “Mito”, como o técnico é chamado no Morumbi,
intocável.
Interlocutores de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, presidente do
São Paulo e candidato a novo mandato nas eleições de amanhã, dizem que é
mais fácil Ceni dar cartão vermelho ao dirigente do que o contrário. O
ex-goleiro, afinal, conta com apoio maciço entre os torcedores. E tem
sido poupado pelas arquibancadas das críticas ao desempenho do time.
Apesar de considera-lo intocável, no entanto, a direção de futebol tem
chamado a atenção do treinador. Acredita que ele deve mudar ou rever
alguns conceitos. Que a equipe tem esquema de jogo já manjado pelos
rivais e que não fez nada no ataque diante de Cruzeiro, pela Copa do
Brasil, e Corinthians, pelo Paulistão. Falta criatividade e faltam
jogadas ensaiadas. Sem falar que a ligação do meio-campo com o ataque é
frágil e a defesa continua sendo um queijo suíço.
Renan Ribeiro também tem sido alvo de críticas, assim como foram os
outros dois goleiros tricolores, Denis e Sidão, que não convenceram nem o
técnico nem a diretoria. A avaliação interna é de que o trio está muito
abaixo de um Cássio, por exemplo.
De positiva apenas a atitude de Rodrigo Caio, que mostrou dignidade e
decência ao avisar o árbitro que ele e não Jô havia tocado no goleiro
Renan. Com isso o corintiano deixou de receber o terceiro cartão amarelo
e poderá enfrentar o Tricolor no jogo de volta das semifinais. Atitude
bacana e bem diferente do que vimos em Campinas, onde Ponte e Palmeiras
passaram parte do jogo tentando ludibriar a arbitragem. Inclusive Zé
Roberto, que não é mais um garotinho.
Temos que cobrar dos políticos e dos dirigentes esportivos mas pensar em
cada um de nossos atos também. A lição começa em casa. No nosso jardim.
Ou não?